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afonsonunes

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Estou a falar de dois extremos e de duas opções. A Geringonça foi para a direita uma solução política em que as forças de extrema-esquerda dominaram a governação. A Balbúrdia é para mim uma solução política em que toda a extrema-direita se mistura para conseguir alcançar a tentação do poder.  

A grande diferença está no fato de a Geringonça ter como base um partido de esquerda, o PS, junto com a restante esquerda que, só com muito boa vontade se pode considerar de extrema-esquerda. Na Balbúrdia, no conjunto da direita, não é necessária qualquer má vontade para se vislumbrar uma base, o PSD atual, como uma força partidária muito próxima da extrema-direita, em muitos aspetos.

Porém, a Geringonça, tal como existiu no passado, já não existe e são muito escassas as possibilidades de vir a ser ressuscitada no futuro. Por outro lado a Balbúrdia, teve como origem, sem o estigma de extrema-direita, o PSD e o CDS. A verdade é que ambos os partidos evoluírem no sentido de abandonarem o cariz de comportamento dos tempos de dirigentes de uma verdadeira direita democrática.   

O objetivo desta Balbúrdia é conquistar o poder que a extinta Geringonça acaba de perder. Só que esta Balbúrdia, que se iniciou nos Açores, já treme por sucessivos abanões de um Chega que tem tantas ou mais ambições que o Bloco e o PCP apresentaram ao PS para concretizar a rotura verificada.

Só que o Bloco e o PCP dão sinais de estarem em queda eleitoral com o atrevimento em que se envolveram e envolveram o país nesta etapa de crises conjuntas. Já o Chega lá vai crescendo com o emagrecimento do PSD e do CDS.

A Balbúrdia sem o Chega não tem qualquer hipótese de vingar no panorama político nacional. Mas a Balbúrdia com o Chega também não parece conhecer melhores dias, tanto pela ambição desmedida do seu dirigente, como pelo definhamento dos dirigentes do PSD e do CDS caso se metam na Balbúrdia com o Chega.