GOSTEI
Gostei de ouvir o Senhor Presidente a dar esclarecimentos sobre as conversas que teve com o Senhor do BES. Sobre o teor dessas conversas fiquei a saber que não se podiam dizer. Acho muito bem.
Ser presidente não é uma coisa qualquer. O Senhor do BES também era presidente. Logo, conversas entre presidentes, não são para andar nas bocas do mundo. Nem sei o que quer saber esta gente que não se cala.
Aliás, também não percebi por que razão o Senhor Presidente veio agora dar explicações sobre o caso. Sobre o caso? Mas qual caso? Não há caso nenhum. O Senhor Presidente é para ouvir e não para falar.
Aliás, é isso que ele tem feito, e muito bem, em tudo aquilo a que, fora de Belém, chamam de casos. Um presidente não tem casos. Os presidentes estão-se marimbando para conversas de coscuvilhices.
Era o que faltava termos um Presidente que passasse a vida a escutar e a contar conversas da treta. Isso fica para os políticos, tipo dos governantes e dos partidos. Senão, qualquer dia queriam vê-lo preso.
Acho muito bem que prendam primeiros-ministros. Ou vice-primeiros-ministros, mas presidentes, nunca. Bastará dizer que os presidentes não passam cartão a ninguém, mas todos têm que lhe contar tudo.
É por isso que a vida de um presidente não pode ser exposta ao sol como a de qualquer outra pessoa. Mesmo a de pessoas importantes. Que não se comparam com os presidentes, que nunca cometem crimes.
Como já tenho opinado várias vezes, logo que se desconfie de maroscas de alguém, de toda a sociedade, deve investigar-se tudo até ao fim. Mas os presidentes, não. É por isso que o do BES ainda anda cá fora.
Fica implícito que os procuradores e os juízes também devem ser julgados, se ‘maroscarem’. Mas nada de se meterem na vida do presidente. Até porque o presidente também não se mete na vida deles.