Nem um, nem dois, nem três
A equipa e os jogadores de Fernando Santos não conseguiram nadinha, nem mesmo um rebuçadinho, perante a equipa da Sérvia. É que esta equipa foi mesmo da Sérvia e não de mais ninguém, ao contrário da equipa que a defrontou que eu próprio não sei de quem ela é.
Há quem diga que é a equipa de Ronaldo uma vez que frequentemente se diz que ela é constituída por Ronaldo e mais dez. Nada mais errado pois se fosse assim, teríamos de dizer que ela é de João Moutinho, de Pepe, de André Silva. Mas teríamos de dizer que ela não é a equipa de Renato Sanches, de João Félix, de Rafa, de Pisi.
Mas então que equipa é esta e que jogadores são estes, que apenas ouvimos dizer que são, na voz de Fernando Santos, a minha equipa e os meus jogadores. Talvez por isso já só o PR, Ronaldo e o próprio Fernando Santos acreditam nela e neles. Ao ver os jornais de hoje, concluí que não há nada a fazer para que voltemos a ter uma verdadeira confiança nesta seleção, que não é nossa, sobretudo depois de sentir como que uma sentença de morte a este futebol de medrosos, de cobardes e de hipócritas que acreditam em renascimento depois do enterro na Luz.
É preciso e urgente limpar o futebol nacional, mas de alto a baixo, a começar pelas suas estruturas, pelo seu dirigismo, pelos vícios de clubes e dirigentes a todos os níveis, incluindo a arbitragem e a justiça.
Parece um sacrilégio dizer isto, mas gostava de voltar a ver gravatas de todas as cores no pescoço dos portugueses, sem receio de serem marginalizados nos seus empregos, nos seus cargos, mais relevantes ou mais modestos.
Obviamente que limpar não é deitar tudo fora. Há por lá muitas vítimas que no meio da podridão, não pode exigir-se-lhes que ignorem os charcos de sujeira em que andam submersos, sem que afetem o seu desempenho e o seu cérebro.
Os lenços brancos são apenas um sinal, mas não chega. É preciso e urgente que quem pode, mande, sem esquecer que quem sempre mandou mal não pode voltar a mandar.