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afonsonunes

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Há milhentas histórias de Coelhinhos e de Crianças. Seria, portanto, fastidioso atrever-me a trazer para aqui alguma delas. Mas não resisti à tentação de falar de um Coelhinho e de uma Criança muito especiais.

Este Coelhinho é cómico quando resolve dissertar sobre assuntos muito sérios. Sim, porque tudo o que é sério, deve abordar-se com seriedade e não com aquela comicidade para fazer rir, seja lá quem for.

Pior ainda, se o Coelhinho se mete com uma Criança. Uma criança que está a falar muito a sério. Mais a sério que milhentos adultos que só o são na idade. Mesmo aí, ainda têm muitos anos para ser gente crescida.

Não é para qualquer um, falar de uma Criança que é capaz de mostrar a sua coragem ao mundo. Muito menos um Coelhinho vaidoso, teimoso e convencido, que não foi capaz de superar os defeitos com que nasceu.

Que nunca foi capaz de se libertar das ordens dos padrinhos que o instruíram e o sustentaram. Que continuam a dominar a sua mente fixa, dormente e obediente. Não pode, pois, falar de uma Criança livre.

Que mais não seja, porque nunca se deve cortar a raiz ao pensamento de uma Criança que já nasceu com ideais de liberdade para ele e para o seu povo. Que nasceu para ser superior a todos os Coelhinhos mansos.

Mansos, no que toca à subordinação e à insensibilidade a valores que deviam despertar neles sentimentos de revolta e de luta contra quem os impõe pela força do poder. Devia, sim, unir-se à Criança atacada.

Já de si, atacar crianças é violência. Até porque um Coelhinho não tem voz de gente. Uma Criança pode apenas saber berrar ou chorar. Mas isso acontece com todas elas antes de crescer. O Coelhinho não pode.

Mas há um outro fator que torna as coisas mais difíceis para o Coelhinho. É que ele é português e a Criança é grega. Portugal não é a Grécia. Certo. Já houve tempo em que Portugal deu lições ao mundo.

Hoje, Portugal não tem voz. Porque os Coelhinhos, mansos lá fora, bravos cá dentro, já destruíram quase todo o património de que sempre Portugal se orgulhou. Obrigado, Coelhinho e toda coelheira.

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