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afonsonunes

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Há muitos anos, já houve quem tivesse uma ideia genial: mandar estudar a possibilidade de infetar os inimigos através de picadelas de pragas de mosquitos, previamente preparados para o efeito. Uma arma perfeita.

Não sei se isso chegou a ser estudado ou mesmo experimentado, mas tenho cá um pressentimento que em Portugal já alguém andou às voltas com uma ideia semelhante. Só que, em lugar de mosquito, há coelho.

Desse ponto de vista, a coisa até nem está mal engendrada. Toda a gente sabe como o coelho é um animal atacado por frequentes pragas malignas. Logo, foi uma questão de lhe aproveitar essa propensão doentia.

É fácil imaginar um país infetado pelo coelho. Nos meios rurais, pelo roedor cortador, que vive e procria perto das pessoas. Sintomas: olhos fechados e falta de vista. Nos meios urbanos, por quem come coelho.   

Coelho que não é uma arma de destruição massiva, mas tem sido uma arma terrível de destruição seletiva. O contágio da malina afeta sobretudo as pessoas mais vulneráveis, as que estão mais dependentes do coelho.

Até há três anos, a classe média ia resolvendo o problema do excesso de coelho com o aproveitamento da época cinegética, para lhe dar um desbaste razoável. Depois, o coelho cortou, e deixou de haver cartuchos.

Agora, para onde quer que o pessoal se volte, só vê coelho. O coelho é o rei que tudo e todos controla, sem que seja minimamente incomodado. Já está a ser utilizado como arma mortífera, mesmo antes de levar chumbo.

Está quase provado que o excesso de coelho na alimentação, no trabalho, na reforma, no desemprego, está a levar muita gente nova e velha em busca de tratamento. Alguns ficam pelo caminho por falta do comprimido.

Já houve uma tentativa de cortar o domínio do coelho. Alguém se lembrou da estratégia das portas de caça. A coisa esteve quase a resultar. Mas o coelho não entrou nas portas. Foram tiros ao ar com portas abertas.