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afonsonunes

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Suponho que já só falta a madona Angela Merkel telefonar ao engenheiro António Guterres e felicitá-lo pela derrota que ele próprio lhe infringiu, ao derrotar a sua querida Kristalina, de princípios tão pouco cristalinos.

É evidente que a CE, que a madona domina como uma quinta de propriedade exclusivamente sua, se rege exatamente pelos mesmos princípios demonstrados por ela e pelo presidente e vice-presidente da mesma organização que engloba os estados europeus.

Aliás, o presidente Juncker, tal com o seu antecessor Barroso e a gordinha Kristalina, foram e são verbos de encher da avantajada chanceler. O atual presidente e a atual vice-presidente da EU, já demonstraram reconhecimento suficiente do mau desempenho que tiveram no decurso da fase final da escolha do futuro novo Secretário Geral da ONU. Mas a patroa dos restantes ainda não abriu a boca, para não mostrar uma língua pouco limpa.

Por cá, os muitos súbditos merkelinos estão, nesta fase, do lado oposto à patroa. Desfazem-se em elogios, como se nunca tivessem dito nada. Mas, muitos deles, disseram. Quem não se lembra do homem do pântano. Que é hoje, reconhecidamente, um homem que desde sempre foi um criador de soluções baseadas em diálogos permanentes.

É bom lembrar que Guterres deixou o governo por não conseguir ver aprovadas na AR as medidas que considerava indispensáveis para tirar o país, não só do pantanal, mas do badanal que herdara do cavaquismo. E sabe-se quem o obrigou a tomar essa difícil decisão. Muitos daqueles que hoje lhe reconhecem a capacidade de resolver grandes e difíceis problemas.

Vai agora tentar fazer valer no mundo, os seus ´gozados diálogos’ de outrora aqui, dentro do seu país. Vai agora tentar melhorar o mundo, depois de o não deixarem melhorar o nosso país. É preciso afrontar muita gente e muita coisa. Mas o mundo confia nele. Ele pode reduzir a profundidade do pântano, depois de não o deixarem combater os pantaneiros nacionais. E são muitos desses inconstantes, que agora não lhe regateiam elogios e virtudes, que rejeitaram as suas qualidades, quando o país mais precisava dele.

Com a sua saída do governo, por coerência com a leitura que fez do futuro, o país terá perdido uma das melhores oportunidades de mudar de vida. Mas houve, e ainda há, forças bem visíveis e poderosas que não querem, e tudo fazem para não deixar que se saia deste círculo vicioso. Onde o dinheiro, a intriga e a mentira são reis e senhores.

Este processo onde Guterres esteve envolvido, é a prova provada de como se pode ser grande e ser sóbrio, sério e honesto, entre os muitos políticos corruptos que os portugueses sustentam, apesar de nada de bom poderem esperar deles.