O Mário e a Maria
O título destas linhas também podia ter sido, o Pedro e a pedrada. Parece que o Pedro foi agora acometido de uma doença rara, mas mesmo muito rara, que lhe enfiou na cabeça que ia, sozinho, rever a nossa Constituição.
Para curtir mais uma pedrada chamada marcação de novas eleições, já. Tudo isto para que Costa não possa vir a formar um novo governo. Não interessa quem possa vir a aprovar ou reprovar. Ele quer e não se discute.
Por tudo o que Passos tem dito depois de reprovado na AR, fica cada vez mais evidente, o político que ele é na verdade. Uma pilha de ódios recalcados para quem vale tudo para que o poder esteja sob controlo.
Fica mais claro agora, a espécie de primeiro-ministro que Portugal suportou durante quatro anos. Sabíamos como ele chegou a esse poder. Sabemos agora como ele o quer manter, falando de uma fraude eleitoral.
De fraudes tem sido feito todo o seu percurso político. Diz que não se pode confiar em Costa. Mas a verdade é que não se pôde, nem pode confiar em Passos, nem no colega, conselheiro Portas. Dois fraudulentos.
Não se pode imaginar que maquinações andam nestas cabecinhas para dar a volta a uma situação que não tem volta a dar. A menos que se descubra agora, miraculosamente, uma nova fórmula para pólvora seca.
Talvez essa nova pólvora seca tenha a ver com a não-aceitação de Mário, só porque ele pode vir a demonstrar que a Maria se tem enganado sistematicamente, ou tem sido enganada por gosto ou por necessidade.
É muito fácil apontar desconfianças nos outros. Mas já é muito difícil conseguir apagar a desconfiança causada por males provocados durante quatro anos, a quem hoje não está disponível para esquecer o que viveu.
Uma experiência nova pode trazer algumas dúvidas de sucesso. Mas uma realidade traumática de quatro anos é bem mais dura de roer. Será até improvável repetir-se. Mário não é Maria, nem Costa é Passos ou Portas.