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afonsonunes

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25 Abr, 2016

Palavras de Ferro

 

O país viveu hoje comemorações do 25 de Abril inéditas. Pelos motivos já amplamente dissecados por tanta gente que tem obrigação de conhecer muito melhor que eu. Houve palavras interessantes e palavras chocantes.

Houve discursos na Assembleia e houve vómitos de asneiras que não podem considerar-se normais nestas andanças de demonstrações de democracia, mas também de falta dela. Até se aplaudiu o que se criticou.

Paula Teixeira da Cruz, com muito má cara, fez da sua oratória um retrato perfeito, uma autocrítica exemplar, a tudo o que ela e o seu partido fizeram no findo exercício governamental. Em estado normal teria notado.

Porém, tão inebriada se mostrou, que lhe passou ao lado, a imagem que estava a passar para o país que se fartou de a ver, exatamente, por tudo aquilo que ela tentou colar à atual maioria. Em estado normal teria visto.

Ainda poderia pensar-se que lhe teria cabido a tarefa de reviver Cavaco nas anteriores comemorações. Mas nem para isso mostrou talento. Foi um chorrilho de confusões e esquecimentos. E falta de visão do presente.

Já o Presidente da AR pôs o dedo em duas das maiores feridas do país: ‘a democracia exige poder judicial e comunicação social respeitáveis’. Esta síntese é elucidativa. E para mim, a última palavra diz tudo: respeitáveis.

Como esta simples palavra refuta todas as confusões e esquecimentos da anterior ministra da justiça. E assentam bem a quem viu o PSD ao ataque, o PS à defesa e o PR a mediar. Que rica visão a de um simples visionário.