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afonsonunes

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08 Mai, 2015

PASSOS DE GRAÇA

 

Passos ganhou nova graça com a vitória dos conservadores no Reino Unido. Dirá agora que isso é um trunfo que o ajudará a ganhar cá. Mas a verdade é que nem ele é Cameron, nem Portugal é o Reino Unido.

Até pode vir a ganhar, pois as eleições são para se ganhar e para se perder. Mas o facto de Passos ter feito um grande esforço para se tornar agora mais engraçado, não o ajudará tanto como julga. Pelo contrário.

Porque a graça assente em graçolas de mau gosto prejudicam mais do que ajudam. É o caso do riso de que fala. Rir nem sempre é o melhor remédio. Sobretudo, quando o riso sai forçado por uma grande derrota interior.

Já houve tempo em que havia quem se risse do que Passos dizia. Hoje já ninguém se ri de Passos. E não é porque o levem a sério. É porque das suas palavras nada resulta de sério. Mas também já não dá para rir.

Basta olhar para a cara dele quando pretende ter graça. Basta reparar nos seus gestos. Há nele mais amargura que graça. A graça conquista-se com naturalidade, com serenidade, com espírito. Nunca com raiva e crispação.

Obteria melhores resultados se deixasse a graça para quem a tem. E nem precisaria de sair do seu partido. Há lá gente com muito mais jeito que ele. Aliás, se há coisa que o seu partido tem, é gente muito engraçada.

Faziam bem em olhar para mim. Eu julgo que tenho muita graça quando me ponho a escrever sobre eles. Portanto, deviam falar menos e ler mais o que eu escrevo. Seria uma boa maneira de se rirem de mim. E com razão.

Portanto, não adianta andarmos, eles e eu, à procura daquilo que não temos. Cada qual com o que tem. E quando temos pouco para dar, não devemos apregoar aos quatro ventos, aquilo que o vento não nos deu.