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afonsonunes

afonsonunes

24 Abr, 2016

Pode ou vai?

 

Os riscos de qualquer natureza são previsões que podem ou não vir a concretizar-se. No entanto, no que toca à política nacional, para os media e os seus principais dominadores e admiradores, os riscos são certezas.

Gostava que me explicassem se não há riscos, no caso de ficar tudo na mesma, como esteve nos anos anteriores. E arriscava mesmo perguntar, qual dos dois riscos é maior: mudar arriscando, ou manter o que passou.

O que temos tido é uma mentira infindável no que toca à forma de sair deste buraco que de há muito se tem vindo a agravar irremediavelmente. Li em qualquer lado que a mentira mata. Ainda não vi mentirosos mortos.

Mas, se a mentira matasse, devia começar por quem inventa alarvidades destas. A mentira, suja, mas não mata. E essa sujidade não se limpa no simples duche matinal. Isso é uma mentira dita por quem gosta de mentir.

Mentiras, é o que não falta nas notícias de todos os dias. Principalmente, aquelas que anunciam com toda a certeza e conhecimento, aquilo que pode vir a acontecer ao país, não se sabe a partir de quando nem como.

Se houvesse um bocadinho de pudor no que dizem e escrevem esses futurologistas, deviam substituir ‘o pode acontecer’, pelo ‘vai acontecer’. Assim, ficávamos à espera, pois veríamos depois a cara com que ficavam.

Do PSD e CDS nada é de estranhar. Acusam agora o PS e seus apoiantes no Parlamento, com os argumentos que os ‘pafianos’ usaram para obter o poder. Passos e Cristas fingem ser duas vítimas inconsoláveis de violência.

E têm agora um exército de ferozes defensores como nunca tiveram antes de perder o poder. Dentro da classe jornalística e da onda comentadora, se a mentira matasse, o país ficava a chorar durante toda a legislatura.

Não me admiraria nada se dentro de alguns meses se começasse a pedir eleições antecipadas para a Presidência. Com o argumento de que, se Marcelo não demitiu o governo, então os portugueses querem outro PR.

Isso não pode ser, dirão. Pois, não podia, não. Mas a mentira não mata e os mentirosos já são hoje, para muita gente, os maiores símbolos da verdade e da credibilidade. Pois…é tudo uma questão de pontos de vista.