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afonsonunes

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03 Mai, 2015

SÃO COISAS

 

Ainda não há muito tempo referi aqui um jornalista com quem, normalmente, concordo, e até o admiro, pela maneira como se expressa e aborda temas políticos geradores de polémicas, muitas vezes artificiais.

No meu entender, revelador daquilo que eu considero bom senso. Hoje, porém, li dele um artigo em que estou frontalmente em desacordo com ele. E a questão é a candidatura de Sampaio da Nóvoa às presidenciais.

Insiste ele na inexperiência política do candidato. Daí, conclui, não se deve arriscar o voto em quem não se conhece. Este conhecimento, penso eu, só pode ser avaliado pela comparação de programas que virão a surgir.

Não quero meter-me em juízos de valor deste ou de outro candidato qualquer. Porém, a experiência a que se refere quem diz que não conhece Sampaio da Nóvoa, não abona nada os tidos como muito experientes.

Aliás, este tipo de experiência desejada, só pode ser a experiência do vício, do compadrio, do favor e do mais indesejável partidarismo. É de realçar que estas têm sido as principais críticas que se fazem aos políticos atuais.

Por alguma razão se tem insistido muito na necessidade de renovação da classe política. Gostava de saber como é que se faz isso, se só os experientes são aceitáveis. Mas, dos mais experientes está o país farto.

Se a experiência só se adquire através da militância partidária, então não se percebe o motivo de tantas críticas à partidocracia que muito dificulta tantas tomadas de decisões importantes para o país. Custa-me a perceber.

Sampaio da Nóvoa já disse alguma coisa do que quer e deseja para o país. Mas, daqui até às eleições presidenciais muita coisa se vai saber. Dele e dos eventuais opositores. Com experiência ou sem ela. E que experiência.

Parece-me, isso sim, altamente arriscado, atirar já sobre ele, ou sobre algum outro, o labéu de que este não presta e aquele é que é bom, sem qualquer dado concreto que nos garanta comparar políticas e pessoas.

As coisas devem ser avaliadas no seu devido tempo e em contexto da realidade de factos concretos. Parece-me que há quem diga muita coisa no dia de hoje, tendo apregoado o seu contrário há muito pouco tempo.

Agora, o que me parece evidente é a tara doentia com que se tenta queimar logo à partida, quem seja da área, próxima ou longínqua, do PS. Rótulos, estigmas, manias, estupidez. Todos os partidos têm bom e mau.

Mas isso faz parte da mente daqueles que se queixam de cerceamento de liberdades de expressão e outras. Como se as suas liberdades fossem as únicas que o país deve respeitar. Como se o país fosse agora um paraíso.

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